segunda-feira, 21 de setembro de 2009

ORIGEM DE ESPERANÇA

História de Esperança originou-se de uma aldeia dos índios Banabuié, da tribo dos Cariri ou Tapuias (que a princípio viam no litoral paraibano, mas com quando da chegada dos Potiguara (foram expulsos e fugiram para o interior), cuja aldeia subsistiu até o início do século XVIII, quando então foram dominados pelos portugueses e a partir daí, passaram a viver harmoniosamente em miscigenação.
Cariri ou tapuia (estranho) ou língua travada - ramo dos tapuias. Ao serem expulsos do litoral, e ao se fixarem no interior, dividiram-se em tribos: Sucurus, Bultrins, Ariús ou Árias, Pegas, Panatís, Coremas, Icós e Banabuié. Eram atrasados e viviam da caça e pesca. Eram nômades. Não se preocupavam muito com a agricultura. Eram altos, mais altos que outras tribos com os potiguaras e os tabajaras. E tão velozes, que poderiam desafiar um cavalo.
Furavam também o lábio inferior, as bochechas e as orelhas. Colocavam nos furos pedras bonitas, osso ou madeira. Dormiam também em redes, aliás, redes enormes. Andavam nus. As mulheres eram muito bonitas e obedientes aos seus maridos.
Eram ferozes. Não tinham nenhuma noção de Deus. Tinham também os seus feiticeiros ou pagés. Esses invocavam o espírito de um tapuia e resolviam com o espírito os problemas da tribo. Cada tribo tinha o seu rei. Janduí era o rei da Nação Cariri que ocupava parte da Paraíba e Rio Grande do Norte. Sabe-se também que existiam os reis Carapoto e Caracará (irmão de Janduí). Os reis eram distinguidos dos demais, pois tinha os seus cabelos cortados em forma de coroa e só eles podiam deixar crescer as unhas dos polegares.
Os seus costumes são considerados mais exóticos do que os dos potiguaras e tabajaras. Praticavam a eutanásia. Se um tapuia estava mal e para ele não havia cura, matavam-no e o comiam. O morto não podia ser melhor guardado do que dentro deles, seus companheiros. Se o rei morria, só os seus parentes e principais da tribo podiam comê-lo. Esse ato não é considerado a antropofagia que outros índios praticavam com os inimigos, mas um ato de amor. Ao comerem seus mortos, eles choravam e se lamentavam.
Quando os rapazes estavam na idade de casar iam cantar ao redor do acampamento. As moças também cantavam e dançavam e nesse grupo fazia a sua escolha amorosa. Também, como na nação tupi, os rapazes eram submetidos a provas duras. O rei os convocava para caçadas, exercícios pesados além de os treinarem para serem valentes guerreiros. As mães educavam as filhas e eram responsáveis pela castidade das mesmas.
Gostavam muito de caju. Há historiadores que designam os índios como preguiçosos e pusilânimes. O certo é que não sabemos em que se basearam tal conceito. Nossos índios sempre foram dados a guerras e as armas, mas também tinham o espírito livre e não gostavam quando eram feitos prisioneiros. Tinham nascido na selva e este era seu lugar.

Um comentário:

  1. Um texto realmente histórico que marca a nossa origem. Mas é bom que se registre a chegada da dos primeiros habitantes, fundadores da Fazenda Banabuiê; e posteriormente o Marinheiro Barbosa e os portuguêses, irmãos Diniz. Um grande passo para a nossa colonização foi a vinda de Frei Venâncio e a construção da Capela de Nossa Senhora do Bom Conselho, que deu origem a Matriz. No seu entorno, surgiram algumas casas e uma pequena feira, onde mascates e criadores de gado se reuniam semanalmente para negociarem os seus produtos. Vale lembrar que os tropeiros faziam pousada nesta Vila, e daí partiam para Campina Grande, Alagoa Nova e o antigo Brejo de Areia. Quanto a nossa emancipação, devemos muito ao Cel. Elísio Sobreira, Comandante da Polícia do Estado e ao poeta Silvino Olavo da Costa, dois grandes homens que usaram do seu prestígio juntamente com Manuel Rodrigues de Oliveira para tornar independente o nosso município em 01 de dezembro de 1925. Mas nada disso seria possível se não fosse a vontade do povo em construir uma cidade promissora e vocacionada ao comércio e à intelectualidade, como é a nossa gente! Parabéns pela postagem. Um forte abraço ao autor deste texto.

    Rau Ferreira
    Blog "História Esperancense"
    http:// históriaesperancense.blogspot.com

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